Sabemos que é difícil aceitar a morte do ego...mas isso fatalmente irá acontecer quando o entendimento, transcendente e pleno, vier...

Ao se reconhecer, o ser irá perceber que não é preciso manter o ego para cumprir funções ou melhor dizendo para exercer o seu Dharma...

Função é uma coisa e ego é outra... egos não são funções exercidas por nós, mas aspectos psicológicos... emocionais... padrões condicionadores... Então, podemos exercer funções de mãe, pai, etc, independentemente do ego...

A confusão sobre isso acontece justamente porque interpretam ensinamentos do Absoluto a partir da visão do ego... que é relativa e limitada...e que tenta justificar a falta de responsabilidade sobre o dharma...

Ser um ninguém é viver com aceitação daquilo que É ... é agir apenas intuitivamente... sem intenções ou expectativas... isso é estar entregue... podendo exercer qualquer função sem o ego...

O ego só atravanca... só afasta da realidade... ele é fruto da sensação de separação e gera mais separação....

Uma pessoa não realizada plenamente, que ainda se deixa levar pelo ego, sempre vai misturar verdades com mentiras... ilusão e realidade... Perspectivas relativas estão relacionadas à pessoa, ao ego, e portanto não transmitem a Verdade Absoluta, aquela que É indubitável e indiscutível...

A visão da Unidade abrange toda a existência... portanto, toda relatividade se dissolve na Unidade, essa sim a única realidade...

Satisfazer ou justificar egos não é o propósito aqui... Aqui apontamos apenas a realidade existente... o Amor que tudo permeia e rege...o Absoluto...puro e livre de qualquer qualidade...identidade...

Aqui propomos a dissolução do ego e não a sua sobrevivência... aqui apontamos a liberdade e isso está diretamente ligado à desidentificação dos objetos, de crenças e condicionamentos...

Não adianta ter conhecimento da sombra... da dor... é preciso se desidentificar disso...

Reconhecer os aspectos doentios do nosso ser e continuar alimentando-os não vai trazer paz... Justificar o ego não vai trazer paz...

Só a completa dissolução traz a harmonia natural à tona... Só a consumação plena é Paz... Só a entrega total ao Absoluto confere o despertar consciente...

A morte do ego é a única opção para aquele que descobre a inutilidade da luta (resistência do ego) e se entrega confiante à verdadeira Vida...

Marian Dayamayi - Autoconsciência